É fácil notar que um autor projeta em suas obras sua visão pessoal. Quando se trata de filme pode haver discrepância ou acentuação por parte do roteirista e diretor, se forem pessoas diferentes. Trata-se de idiossincrasia. Não Conte a Ninguém narra a trajetória pessoal de um filho da mais acomodada burguesia de Lima, Peru. O personagem Joaquín Camino, interpretado por Santiago Magill, descobre – em um contexto familiar no qual o machismo mais brutal e o preconceito de classe coexistem com a falsidade – sua própria identidade homoerótica. Isso poderia ser banal não fosse o caso de isso levá-lo à espiral do vício nas drogas e à beira da prostituição.
Filmes que abordam a comunidade GLBT não é novidade pra ninguém, vez ou outra aparece um em cartaz nos cinemas, como é caso dos mais recentes Brüno (2009) e I Love You Phillip Morris (2009), este último ainda inédito no Brasil. Mas tratar desse tema a dez anos atrás e ainda em um país conservador como o Peru é novidade e um desafio. Para alguns o filme é por demais deturpador associando a imagem dos homossexuais às drogas, criminalidade e prostituição, porém se refletirmos bem, veremos que este é um caso verossímil e que há sim pessoas que encaram dessa forma e tomam rumos parecidos, é tudo uma questão social da aceitação de algo que está naturalmente intrincado na sociedade desde seus primórdios.
O longa de 120 minutos conta ainda em seu elenco com a participação dos pouco conhecidos Christian Meier, Lucía Jiménez e Giovanni Ciccia. No roteiro temos Giovanna Pollarolo, inspirado na novela de Jaime Bayly, e por fim a direção de Francisco J. Lombardi. Depois de vermos a mão de três pessoas envolvidas com o desenrolar do roteiro, fica difícil dizer que tudo é opinião de uma única pessoa, é um conjunto de visões que retrata à sua maneira um tema tão corriqueiro.
Além desse Santiago Magill atuou também em outro longa com a mesma temática, trata-se de I Love You baby (2001), onde interpreta o par romântico de um dos protagonista. Não Conte a Ninguém é um drama comovente e audacioso que mostra como o medo (seja ele social ou de qualquer origem) suprime identidades. É por ter esse caráter reflexivo que o filme foi escolhido para ser exibido na programação da 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul.
Trailer:
Lindo seu Blog! =D
Meus olhos se enchem com tanta beleza, organização e criatividade!
Meus parabéns!!!
É ótimo encontrar na internet blogs como o seu.
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Henrique, Muito obrigado pela visita e pelo comentário!
Que bom que gostou, me sinto muito feliz por isso, são comentários como os seus que me motivam a escrever mais pra esse blog.
Abraços, e volte sempre.
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