O Signo da Cidade (Idem, 2007)

O Signo da Cidade

Quando se fala de filmes nacionais, muitas pessoas duvidam de qualidade. Porém deve-se ressaltar que filme com qualidade não é apenas filme holywoodiano repleto de efeitos especiais, a qualidade é a somatória de vários componentes, produção, roteiro, diretor, atores e tudo que envolva a criação cinematográfica. O Signo da Cidade é um excelente filme escritor e estrelado por Bruna Lombardi, e com direção de Carlos Alberto Riccelli. Fazem parte do elenco principal Juca de Oliveira, Malvino Salvador e Graziella Moretto.

A história se passa sob o céu de São Paulo, e narra a história de várias personagens que vão se cruzando e se enredando numa única teia, mostrando com isso a complexidade do mundo, cheios de encontros, desencontros e coincidências. Entre as várias histórias intercaladas vemos Gil em seu casamento egocêntrico, onde dois não formam um, mas barreira e solidão para o cônjuge; Lydia que tem um doce chamariz para o perigo. Josialdo que nasceu para ser mulher, mas que pelo pequeno detalhe de ser homem, melhor dizendo um travesti, sofre infâmias e vive a realidade urbana do espancamento, comum a esses representantes da comunidade GLBT; Mônica mais do que tudo só deseja se dar bem; e Teca, a astróloga que atende ouvintes anônimos em seu programa noturno de rádio, que se vê entre os anseios dos outros e seus próprios problemas.

Aos poucos esses personagens que a principio são apresentados individualmente, vão “se encontrando” e construindo uma trama densa, cheia de dramas particulares e coletivos, que mexe com as emoções de quem assiste. Na busca para realizar, ou simplesmente saberem o que será de seus sonhos e desejos, cada um desses personagens marcantes rompem o isolamento e descobrem o poder transformador da solidariedade.

Exibido também na 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, essa jóia brasileira alerta, critica e implora por direitos seja ele para mulheres, afrodescendentes, homossexuais e ainda pela dignidade de profissão seja ela qual for. Quem ainda não viu vai se surpreender como um tema como a astrologia, por uns ignorado e por outros venerado, pode ser cenário e justificativa para muitas ações que chegam a se confundir com a realidade. Recomendo.

Trailer:

2 comentários

  1. Sabe, existe uma coisa que me irrita nos brasileiros. Alguns pensam que o cimena nacional é apenas feito de comédias (se é que podemos assim chama-las) clichês, infames infantis (Xuxa), todos com atores globais ou produções taxadas de porcaria. Não poderiam estar mais errados. Existem muitos talentos envolvidos em nosso cinema e espero eu algum dia poder contribuir em muito para o cinema nacional. E além disso, de que outra maneira poderei ficar mais orgulhoso do que quando isso acontecer, entrar aqui e ler uma crítica sua?
    Tenho esse sonho e muitos me taxam de louco por isso, sendo esses os mesmos que taxam obras de porcaria.
    Concluo então que não devo perder as esperanças!
    Concorda comigo Ademar?

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    • Novamente um comentário cheio de verdade, algumas pessoas julgam o cinema nacional pela coisas que não dão certo, mas que geralmente são as que aparecem na mídia (porque será?).
      As comédias clichês (geralmente regionais) e os imfames infantis como vc mesmo disse são o que as pessoas usam pra julgar a qualidade do cinema nacional, mas existem atores, roteiristas e diretores excelentes por aqui.
      O Signo da Cidade é um filme muito bom, mas duvido que haja uma grande propaganda em cima dele como acontece com os filmes da Xuxa, por exemplo rsrs, é uma pena essa monopolização da propaganda!
      É isso que as vezes me motiva a escrever aqui, para apresentar coisas pouco conhecidas, mas que valham a pena (ou não!).
      Guh não ouça essas críticas destrutivas que lhe lançam, eu já li escritos seus e tenho certeza que vc tem muito talento e que, se não desistir, chegará muito longe.
      Espero ver seu nome na história do cinema nacional, e nas resenhas do Cooltural.

      Abração

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