Behind the Candelabra (Idem, 2013)

Behind the Candelabra (Capa)

Por que amo você? Amo você não só pelo que você é, mas pelo que sou quando estou com você. Amo você não só pelo que se tornou, mas pelo que você me tornou. […] Amo você porque fez muito para me fazer feliz. Fez isto sem uma palavra, sem um toque, sem um sinal. Fez isto apenas sendo você mesmo. Talvez, afinal de tudo, isto é o que o amor significa. E é por isso que eu amo você.
Liberace, Behind the Candelabra

Assistir a filme/série é minha segunda maior diversão, perdendo apenas para a leitura. O drama é um dos meus gêneros favoritos. Gosto de filmes baseados em histórias reais, principalmente quando este me permite conhecer personalidades até então inexistentes para mim. Com este não foi diferente. Ao vê-lo pude conhecer um pouco da vida e música do pianista Wladziu Valentino Liberace, que, embora tenha tido uma formação clássica, decidiu se tornar um artista do show business americano, utilizando-se de uma abordagem musical diferente. Ele preferia mesclar música clássica com os ritmos populares (jazz/soul), a fim de atrair um público mais popular. Essas mudanças musicais, associadas aos trajes escandalosamente luxuosos, deixaram as donas de casa e senhoras das classes média e alta interessadas por ele, garantindo-lhe fama e fortuna.

Liberace
Liberace

Behind the Candelabra conta um episódio da vida do pianista Liberace, e aborda vários momentos da relação vivida entre Liberace (Michael Douglas) e Scott Thorson (Matt Damon). O romance teve início em 1977, quando Thorson ainda tinha 17 anos. Os dois viveram um relacionamento cheio de conflitos, mas ainda assim com muito amor. A excentricidade de Liberace acabou por apresentar a Scott um mundo cheio de possibilidades. Uma má administração dessas possibilidades fez com que Scott se envolvesse em relacionamentos paralelos e drogas, o que de certa forma minou o relacionamento dos dois.

O filme foi dirigido por Steven Sodebergh (Magic Mike, 2012) para a emissora de TV HBO. O fato de ter sido feito para TV pode ter tornado todo o envolvimento dos personagens mais romantizado do que, acredito, tenha acontecido. Por se tratar da história de um músico, a trilha sonora acaba por amenizar os climas realmente tensos durante o desenrolar da trama, o que, de certa forma, quebra a importância histórica do momento em que os personagens viveram. Pois, um casal homossexual não era tão bem visto e aceito na sociedade na década de 1970-80 como o filme mostra. Além disso, o músico nunca assumiu publicamente sua sexualidade. Mas isso também pode ser reflexo do amor de Scott por Liberace, já que o filme tem como base o livro Behind the Candelabra: My Life With Liberace, escrito pelo próprio Scott e Alex Thorleifson, em 1987.

Capas de Behind the Candelabra: My Life With Liberace
Capas de Behind the Candelabra: My Life With Liberace

O elenco é incrível. Michael Douglas estava magnífico, assim como Matt Damon, embora o ator não tenha sido uma boa escolha para interpretar alguém entre 17 e 22 anos. Outros atores, embora tenham aparecido de forma bem rápida, são responsáveis por extrair algumas risadas do público, como Rob Lowe (cirurgião plástico do casal) e Debbie Reynolds (mãe do pianista). Esta última, mesmo com todas as especulações envolvendo a homossexualidade do filho, ainda esperava entrar com o filho na igreja no dia do seu casamento.

Quanto aos aspectos mais técnicos do filme, gostaria de dizer que tanto a direção quanto o roteiro são incríveis, e não existem (pelo menos não tão visível) lacunas ou episódios sem desfecho. A trilha sonora é maravilhosa, e nela somos apresentados (para que não conhecia, como eu) ao trabalho de Liberace. A fotografia, maquiagem e figurino são de uma beleza sem fim, tudo muito colorido e brilhoso, como era do gosto do protagonista. E ainda, embora romances gays e filmes para TV tenham fama de serem apelativos para o lado sexual, este fez-se diferente. São poucas as cenas de nudez (Matt Damon aparece nu apenas de costas) e de sexo. Isso nos permite conhecer mais as personalidades dos personagens que seus corpos.

Por fim, este é um filme inspirador e envolvente. Ele nos instiga a buscar mais detalhes da relação dos protagonistas. É um filme emocionante, que merece ser visto!

Curiosidades:

  • Em 1982, Scott Thorson (mora atualmente em Reno, Nevada) processou o músico alegando ter sido seu companheiro secreto por cinco anos. Este processo rendeu a ele US$133 milhões;
  • O músico morreu devido à AIDS;
  • O filme foi rodado entre junho e agosto de 2012 nas cidades de Los Angeles, Las Vegas e Palm Springs, nos EUA. E estreou dia 26 de maio de 2013, na HBO.
  • Behind the Candelabra foi selecionado para participar da 66ª edição do Festival de Cannes, em 2013;
  • O filme está concorrendo em algumas categorias ao Emmy 2013, que acontecerá no dia 22 de setembro. Entre elas estão: Melhor minissérie ou filme feio para TV, Melhor ator em minissérie ou filme feito para TV (Matt Damon e Michael Douglas), Melhor ator coadjuvante em minissérie ou filme feito para TV (Scott Bakula).

Fonte das curiosidades: Omelete

Ficha Técnica

Behind the Candelabra (Capa)Título: Behind the Candelabra
Título Original: Behind the Candelabra
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Richard LaGravenese
Gênero: Drama, Biografia
País: Estados Unidos
Ano: 2013
Duração: 118 min.
Sinopse: Antes de Elvis, Elton John e Madonna, houve Liberace: um pianista virtuoso, artista exuberante nos concertos e na televisão. Liberace gostava do que era desmedido e cultivava o excesso, no palco e fora. Um dia no verão de 1977, o jovem e bonito Scott Thorson penetra no seu camarim e, apesar da diferença de idade e de origem social, os dois homens começaram uma relação secreta que irá durar cinco anos.

Trailer

6 comentários

  1. Nossa, menino! Onde é que você descobre essas coisas??! rs…
    Nunca tinha ouvido falar desse filme… Se bem que eu sou uma negação quando o assunto é cinema e afins!! rs…
    Achei muito legal você trazer um filme que, acredito eu, seja desconhecido!!
    Beijos
    Camis – Leitora Compulsiva

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    • Eu adoro listas, Camila. ^^
      Estou sempre atrás dos filmes/séries indicados para premiações. E acabo sabendo de muita coisa. É tanto que o filme ainda não tem título no Brasil…
      Eu adoro ver filmes e adoro uma novidade!
      Beijos!

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    • Kaio, acredito que a “falta de química” entre os atores é mais uma consequência da relação conturbada dos personagens, do que a própria atuação em si.
      O Matt Damon como jovem tá muito bom, mas ainda assim ele não me convenceu tendo apenas 17-22 anos. Ele tem cara de uns 25, digamos. ^^
      😀

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