| Resenha | Psicose, de Robert Bloch

Psicose (Detalhe Capa)

Não é tarefa fácil falar desse livro. Essa resenha ainda se estenderá por 824 palavras, mas tudo que direi sobre ele, poderia ser resumido em apenas uma: Leia! No entanto, talvez você esteja interessado em saber como foi minha experiência durante a leitura. Para começar, Psicose é um daqueles livros que soube existir por conta do filme adaptado. Um daqueles que originou um filme clássico que todo mundo já assistiu menos eu, justamente por querer ler o livro antes. Assim, aproveitei a última #MLI2015 para sanar as faltas, tanto em relação ao livro quanto ao filme.

Depois de anos tentando me abster de qualquer informação sobre a trama do livro/filme, que também já virou série, a única imagem que eu tinha na cabeça antes de começar a leitura era da Janet Leigh (Marion Crane) gritando na clássica cena do banheiro. Talvez tenha sido uma das melhores coisas que eu fiz, já que a leitura foi uma das mais interessantes que fiz esse ano, daquelas em que você é fisgado, levando-o a devorar tudo de uma sentada.

Janet Leigh como Marion Crane em Psicose (1961)
Janet Leigh como Marion Crane em Psicose (1961)

Na trama do livro, ao contrário do filme, somos introduzidos primeiramente à relação entre Norman Bates e sua mãe, uma velha senhora de personalidade forte e opressora. Logo no primeiro capítulo, Norman tem uma grande discussão com sua mãe e é então que percebemos a relação conturbada que existe entre eles. O autor descreve Norman como um homem já adulto, mas que não amadureceu, gorducho e rechonchudo, com cabelos ralos mostrando o couro cabeludo. Essa descrição é uma das principais diferenças entre livro e filme, já que na versão de Alfred Hitchcock temos um Norman jovem e bonito na pele do ator Anthony Perkins. Mas minha intenção não é fazer uma comparação entre as duas mídias (isso daria um outro post), ambas são igualmente excelentes à sua maneira. Todavia, ao meu ver, o grande mistério da trama demora mais a vir a tona no livro, pois somos enganados mais facilmente do que na transposição das cenas paras as telas.

Mas já estou me adiantando, vamos voltar um pouco à história. Tudo começa com Mary Crane, uma jovem em vias de completar seus trinta anos e já sem grandes sonhos futuros, que trabalha na Agência Lowery. No que parecia ser um dia normal de trabalho, ela recebe a incumbência de depositar 40 mil dólares de seu chefe na conta da empresa, no banco. Vendo aí uma oportunidade de sair da sua vida de merda, Mary foge com o dinheiro e vai procurar seu namorado, Sam Loomis, em Fairvale. Durante sua tentativa de fuga, a garota  se perde e procura abrigo no Bates Motel, um velho empreendimento da família de Norman Bates, que resiste com relutância às mudanças e desenvolvimento da região, tornando-o decrépito e cada vez mais isolado.

Anthony Perkins como Norman Bates em Psicose (1961)
Anthony Perkins como Norman Bates em Psicose (1961)

Ao passar a noite no Bates Motel, a história de Mary Crane sofre uma reviravolta. E a partir daí tudo se desenrola rapidamente, tanto no livro como no filme. Acredito que eu não deva acrescentar mais nada a respeito do enredo, é preciso que o leitor esteja cru ao iniciar a leitura (ou uma sessão do filme) para, assim, experimentar a trama da forma como o autor a idealizou. E eis aqui um ponto positivo para a editora DarkSide® Books que priva o leitor de qualquer sinopse na contracapa de sua edição luxuosa.

As edições da DarkSide® sempre levam a experiência da leitura a um novo patamar, e com Psicose não foi diferente. 💀 O livro foi lançado em capa dura e brochura, ambos com detalhes muito legais, além de várias fotos da adaptação de Hitchcock. A única diferença entre as duas versões, além da capa, é a ausência de uma foto muito bem pensada entre dois dos primeiros capítulos na versão brochura. 🔪 A edição é muito bem elaborada, mas poderia trazer algum texto adicional sobre o livro/filme, embora isso não se faça necessário e talvez seja proposital para privar o leitor de qualquer interferência de terceiros na interpretação.

Robert Bloch ignora todo o desnecessário e com uma narrativa rápida e objetiva nos conta uma história a ser digerida toda de uma vez. Partindo da objetividade do romance, Hitchcock idealizou também uma versão cinematográfica a ser degustada sem interrupções do início ao fim. Na época de lançamento do filme, todas as sessões tinham um aviso de que não fosse permitida “a entrada de ninguém após o início de cada sessão de PSICOSE. Nós dissemos ninguém — nem mesmo o irmão do gerente, o presidente dos Estados Unidos ou a Rainha da Inglaterra (que Deus a abençoe)”. Além disso, Hitchcock, após comprar os direitos de adaptação do romance, comprou cópias do romance disponíveis no mercado, para evitar que o público soubesse do final antes de assistir ao seu filme.

Tanto esforço e cuidado em proporcionar uma experiência única também inspirou a DarkSide® ao relançar o livro por aqui. Vale a pena ler, independente se você já tenha visto o filme ou a série (Bates Motel) antes. Se já leu ou tem vontade de ler, deixe nos comentários suas impressões ou expectativas. 👇

Nota: 💚💚💚💚💚

Ficha Técnica

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Título: Psicose
Título Original: Psycho
Autor(a): Robert Bloch
Tradução: Anabela Paiva
Editora: DarkSide®
Edição: 2013 (1ª)
Ano da obra / Copyright: 1959
Páginas: 256
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4 comentários

  1. Olá Ademar!
    Como sempre, a resenha está óptima! Parece-me até que 824 palavras são poucas – ficou a apetecer-me continuar a ler sobre este livro.
    Não sabia que Hitchcock se tinha baseado neste livro. Vou tentar encontrar.
    Boas leituras!

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    • Oi Querida,
      Fico muito feliz que tenha gostado. Gosto muito dos seus comentários e do seu gosto.
      Sim, pouca gente sabe que o filme veio desse livro. Acho que você vai curtir.
      Obrigado pela visita. 😘😘😘

      Curtido por 1 pessoa

  2. Eu ❤ Psicose. Baita livro, super bem escrito e perfeitamente amarrado. Li o livro sabendo o final e me deliciei com os detalhes da narrativa do Robert. Ele foi um cara mto foda. E Hitchcock tbm, claro, hahaha.

    Bjsss

    Curtido por 1 pessoa

    • Oi querida,
      Eu também amei o livro. Muito feliz por finalmente ter lido (e assistido ao filme). Gostei da narrativa objetiva e sem firulas, é um livro que vou querer reler pra tentar pegar mais camadas, mesmo já sabendo do final.
      Beijão!!! 💚💕😘😘😘

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