Não é tarefa fácil falar desse livro. Essa resenha ainda se estenderá por 824 palavras, mas tudo que direi sobre ele, poderia ser resumido em apenas uma: Leia! No entanto, talvez você esteja interessado em saber como foi minha experiência durante a leitura. Para começar, Psicose é um daqueles livros que soube existir por conta do filme adaptado. Um daqueles que originou um filme clássico que todo mundo já assistiu menos eu, justamente por querer ler o livro antes. Assim, aproveitei a última #MLI2015 para sanar as faltas, tanto em relação ao livro quanto ao filme.
Depois de anos tentando me abster de qualquer informação sobre a trama do livro/filme, que também já virou série, a única imagem que eu tinha na cabeça antes de começar a leitura era da Janet Leigh (Marion Crane) gritando na clássica cena do banheiro. Talvez tenha sido uma das melhores coisas que eu fiz, já que a leitura foi uma das mais interessantes que fiz esse ano, daquelas em que você é fisgado, levando-o a devorar tudo de uma sentada.
Na trama do livro, ao contrário do filme, somos introduzidos primeiramente à relação entre Norman Bates e sua mãe, uma velha senhora de personalidade forte e opressora. Logo no primeiro capítulo, Norman tem uma grande discussão com sua mãe e é então que percebemos a relação conturbada que existe entre eles. O autor descreve Norman como um homem já adulto, mas que não amadureceu, gorducho e rechonchudo, com cabelos ralos mostrando o couro cabeludo. Essa descrição é uma das principais diferenças entre livro e filme, já que na versão de Alfred Hitchcock temos um Norman jovem e bonito na pele do ator Anthony Perkins. Mas minha intenção não é fazer uma comparação entre as duas mídias (isso daria um outro post), ambas são igualmente excelentes à sua maneira. Todavia, ao meu ver, o grande mistério da trama demora mais a vir a tona no livro, pois somos enganados mais facilmente do que na transposição das cenas paras as telas.
Mas já estou me adiantando, vamos voltar um pouco à história. Tudo começa com Mary Crane, uma jovem em vias de completar seus trinta anos e já sem grandes sonhos futuros, que trabalha na Agência Lowery. No que parecia ser um dia normal de trabalho, ela recebe a incumbência de depositar 40 mil dólares de seu chefe na conta da empresa, no banco. Vendo aí uma oportunidade de sair da sua vida de merda, Mary foge com o dinheiro e vai procurar seu namorado, Sam Loomis, em Fairvale. Durante sua tentativa de fuga, a garota se perde e procura abrigo no Bates Motel, um velho empreendimento da família de Norman Bates, que resiste com relutância às mudanças e desenvolvimento da região, tornando-o decrépito e cada vez mais isolado.
Ao passar a noite no Bates Motel, a história de Mary Crane sofre uma reviravolta. E a partir daí tudo se desenrola rapidamente, tanto no livro como no filme. Acredito que eu não deva acrescentar mais nada a respeito do enredo, é preciso que o leitor esteja cru ao iniciar a leitura (ou uma sessão do filme) para, assim, experimentar a trama da forma como o autor a idealizou. E eis aqui um ponto positivo para a editora DarkSide® Books que priva o leitor de qualquer sinopse na contracapa de sua edição luxuosa.
As edições da DarkSide® sempre levam a experiência da leitura a um novo patamar, e com Psicose não foi diferente. 💀 O livro foi lançado em capa dura e brochura, ambos com detalhes muito legais, além de várias fotos da adaptação de Hitchcock. A única diferença entre as duas versões, além da capa, é a ausência de uma foto muito bem pensada entre dois dos primeiros capítulos na versão brochura. 🔪 A edição é muito bem elaborada, mas poderia trazer algum texto adicional sobre o livro/filme, embora isso não se faça necessário e talvez seja proposital para privar o leitor de qualquer interferência de terceiros na interpretação.
Robert Bloch ignora todo o desnecessário e com uma narrativa rápida e objetiva nos conta uma história a ser digerida toda de uma vez. Partindo da objetividade do romance, Hitchcock idealizou também uma versão cinematográfica a ser degustada sem interrupções do início ao fim. Na época de lançamento do filme, todas as sessões tinham um aviso de que não fosse permitida “a entrada de ninguém após o início de cada sessão de PSICOSE. Nós dissemos ninguém — nem mesmo o irmão do gerente, o presidente dos Estados Unidos ou a Rainha da Inglaterra (que Deus a abençoe)”. Além disso, Hitchcock, após comprar os direitos de adaptação do romance, comprou cópias do romance disponíveis no mercado, para evitar que o público soubesse do final antes de assistir ao seu filme.
Tanto esforço e cuidado em proporcionar uma experiência única também inspirou a DarkSide® ao relançar o livro por aqui. Vale a pena ler, independente se você já tenha visto o filme ou a série (Bates Motel) antes. Se já leu ou tem vontade de ler, deixe nos comentários suas impressões ou expectativas. 👇
Nota: 💚💚💚💚💚
Ficha Técnica
Título: Psicose
Título Original: Psycho
Autor(a): Robert Bloch
Tradução: Anabela Paiva
Editora: DarkSide®
Edição: 2013 (1ª)
Ano da obra / Copyright: 1959
Páginas: 256
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Olá Ademar!
Como sempre, a resenha está óptima! Parece-me até que 824 palavras são poucas – ficou a apetecer-me continuar a ler sobre este livro.
Não sabia que Hitchcock se tinha baseado neste livro. Vou tentar encontrar.
Boas leituras!
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Oi Querida,
Fico muito feliz que tenha gostado. Gosto muito dos seus comentários e do seu gosto.
Sim, pouca gente sabe que o filme veio desse livro. Acho que você vai curtir.
Obrigado pela visita. 😘😘😘
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Eu ❤ Psicose. Baita livro, super bem escrito e perfeitamente amarrado. Li o livro sabendo o final e me deliciei com os detalhes da narrativa do Robert. Ele foi um cara mto foda. E Hitchcock tbm, claro, hahaha.
Bjsss
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Oi querida,
Eu também amei o livro. Muito feliz por finalmente ter lido (e assistido ao filme). Gostei da narrativa objetiva e sem firulas, é um livro que vou querer reler pra tentar pegar mais camadas, mesmo já sabendo do final.
Beijão!!! 💚💕😘😘😘
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