| Resenha | Tá Todo Mundo Mal: o livro das crises, de Jout Jout

Tá toto mundo mal, detalhe

Desde que conheci Jout Jout na internet gostei. Seus vídeos sempre me fizeram bem, os assuntos dela são sempre ótimos. Quando me deparei então com uma youtuber que tem ideias feministas, que fala sobre quebra de tabus e que passava essa ideia para adolescentes e todos que entrassem no canal, não resisti. Com o passar do tempo, apenas me senti mais confortável e até mesmo representado por ela.

Minha reação quando fiquei sabendo que Julia (nome verdadeiro de Jout Jout) iria escrever um livro foi a mais alegre e quase, confesso, fangirl. Mal podia esperar para ver uma obra composta por suas ideias e, como se concretizou de fato, suas crises.

Tá Todo mundo mal

Aqui acho importante deixar alguns pontos, dizer a você que não é simpatizante de livros escritos por youtubers que:

  1. Se você conhece Jout Jout sabe que ela não é apenas mais uma mera youtuber, pelos motivos que quem assiste conhece bem. Então só lê logo;
  2. Se não a conhece, antes de ler o livro ou fazer qualquer inferência sobre ele, sugiro que assista alguns vídeos dela para que você conheça esse ser humano. [Deixei meus preferidos e alguns que são citados ao longo do livro no fim da resenha];
  3. O livro é quase uma autoidentificação completa, a cada crise uma identificação (no meu caso nem tanto porque sou homem e algumas crises estão ligadas intimamente à relação da mulher com os fatores biológicos de seu próprio corpo. Mas até isso me fez bem, porque comentei uma certa crise do livro com uma amiga, e acabamos falando sobre a primeira vez que ela ficou menstruada. Ela me contou sobre suas angústias, sobre a crise da situação, entre outros temas. E isso fez com que de certa forma nos conhecêssemos mais, afinal trocamos ideia sobre uma experiência pessoal), mas essa identificação com certeza é algo que muda de sujeito para sujeito.

Tá todo mundo mal: o livro das crises foi um tema certeiro.

Todos têm crises. Seja aquela pessoa que teve apenas uma na vida (o que acho quase impossível e nada saudável), ou aquela que tem uma ou mais quase todos os dias (com a qual provavelmente eu me identificaria mais). Independente das intensidades ou dos motivos, uma crise é sempre uma crise, e elas têm suas devidas importâncias. E Julia deixa isso bem claro.

Sem crises parece que você não se transforma. E, se você não muda, você para. (p. 196)

A descrição das crises e o desdobramento delas, ou não, fazem com que de certa forma nós reflitamos sobre os mais diferentes temas cotidianos. Do medo constante de ser estuprada, passando pela crise da polêmica de uma siririca, até a procrastinação diária. Encontramos de tudo nesse livro. E isso é maravilhoso, porque nos faz quebrar alguns preconceitos que carregamos e muitas vezes nem percebemos.

A fluidez da narrativa, até mesmo pelo formato e variabilidade de temas em que a obra é dividida, faz com que a leitura seja assim: comecei, não parei mais, terminei. É um livro de 200 páginas, uma leitura leve, divertida e reflexiva. Como se já não bastasse, o projeto gráfico do livro foi muito bem produzido. É bonito e simples, assim como o conteúdo.

Nota: 💚💚💚💚💚

Assista aos vídeos e conheça Jout Jout:

Ficha Técnica

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Clique para ampliar

Título: Tá Todo Mundo Mal
Subtítulo: O Livro das Crises
Autor(a): Jout Jout
Editora: Companhia das Letras
Edição: 2016 (1ª)
Ano da obra / Copyright: 2016
Páginas: 200
Leia um trecho: AQUI
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4 comentários

    • Olá, Davi! Sim, o livro traz alguns desses pontos. Temos algumas questões como a masturbação feminina e até sobre o medo constante de ser estuprada devido a vulnerabilidade de se ser mulher (que são, portanto, questões que permeiam o foco do feminismo enquanto movimento).
      Obrigado por comentar, volte mais vezes ao blog! Abraços.

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