Os Vivos, O Morto e O Peixe-Frito
Não existe algo mais complicado que o diálogo entre várias pessoas de diferentes países. É nessa situação que se encontram os personagens do livro “Os Vivos, O Morto e o Peixe-Frito” do escritor e cineasta angolano Ondjaki, porém apesar das diferenças os personagens têm um ponto em comum, o idioma, são todos naturais de países lusófonos.
O livro é uma peça teatral que conta com 13 personagens dos países lusófonos – Angola, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné Bissau. O livro publicado e lançando no FestLuso desse ano em Teresina, recebe a marca do evento. Em alguns momentos o texto torna-se complicado para um brasileiro ler por conta das gírias e significados diferentes que os países acima citados dão a algumas palavras, entre elas “Casa de banho” que equivale a banheiro, entre outros. Porém depois de algumas páginas torna-se mais fácil e o texto flui naturalmente.
O texto é curto e beira o cômico, trata de temas cotidianos e de como a vida entrelaça as pessoas, fazendo das nossas vidas uma grande teia de relacionamentos, que nos faz constatar a cada dia que passa, que o mudo é pequeno. Devo acrescentar que faltou um brasileiro para incrementar e contribuir no desenvolvimento do enredo desse drama com um humor quase cáustico. Apesar do discurso político equilibrado e da sociolingüística presentes no texto, temos também uma anarquia de idéias construtoras das liberdades humanas.
É difícil classificar os personagens como primários e secundários, embora haja ênfase ao romance entre Guilhermina (Mina) e João Jonny Mouraria (J.J.Mouraria), que são usados para ilustrar um dos inúmeros temas tratados no texto, nesse caso a gravidez e o casamento precoce. O livro além de cômico chega a ser crítico e reflexivo. Recomendo-o a todos, embora nem todos tenham a facilidade de acesso ao livro, por este não está a venda em livraria.
Se você quiser ler o livro pode fazer o download dele AQUI.
Autor:
Interessante… Gravidez e casamento precoce é algo que muito me interessa. Não é atoa que JUNO, meu filme favorito, tem como tema a gravidez adolescente e uma pitada de abordagem sobre relacionamentos. Não sou um fã assíduo de teatro, mas já me considero fã de qualquer crítica sua.
Abraços,
Gustavo Randazzo
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Pois é Guh eu adoro a temática adolescente, acho que por isso vou gostar muito da sua série, assim como amo Skins (conhece?)…
JUNO eu nunca assisti, mas assim que eu assistir eu ponho uma pequena resenha aqui no blog…
Que bom que gosta dos meus textos…
Abraços
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Excelente resenha, vou procurar o livro…
Mas já tava na hora do Ondjaki produzir umas fotos novas, não? rsrs
abraço
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